Prospenomia

Prospenomia (Prospenomics em inglês) é o estudo da prosperidade e seus geradores, a fim de traçar um caminho para a Pós-Escassez. Através de uma abordagem económica e social que transcende os paradigmas convencionais da teoria económica conhecida, que tem uma abundância relativamente baixa à custa de um trabalho árduo e ineficiente, e não consegue distribuir o bem-estar entre os homens, dando pouca ou nenhuma atenção aos resíduos e caos gerados no planeta. O campo de estudo da porspenomia, desenvolvido por Luiz Pagano, surge da necessidade urgente de repensar os modelos económicos e sociais atuais e para isso devemos estudar todas as formas conhecidas de prosperidade, desde decisões inteligentes tomadas na antiguidade, bem como as ficções de Gene Roddenberry de Star Trek, que vislumbra um futuro em em que a prosperidade é abundante, não se usa mais frações monetárias para a troca de bens e serviços, e as pessoas trabalham para satisfazer seus talentos e ambições de elevação pessoal; ou também a de Buckminster Fuller, em que a prosperidade não se limitava apenas à acumulação de riqueza material ou ao crescimento económico, mas era uma questão de garantir bem-estar e sustentabilidade para todas as formas de vida no planeta. BASIC ARGUMENT OF PROSPENOMICS/PROSENOMY by Luiz Pagano, Setembro de 2007

quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Quando a política passa a valer mais que os laços humanos



É cada vez mais comum ver pessoas rompendo amizades, afastando familiares e degradando relações pessoais em nome da defesa de projetos políticos, líderes ou narrativas ideológicas. Esse fenômeno não representa engajamento cívico saudável — é um sintoma de um modelo de administração pública em esgotamento.


A Prospenomics parte de um diagnóstico incômodo, porém realista: exercer administração pública com as ferramentas atualmente disponíveis envolve, em maior ou menor grau, três fatores estruturais — inepcia, corrupção e autosserviência (conceito desenvolvido pela doutrina prospenomica para descrever a tendência de agentes públicos agirem prioritariamente em benefício próprio ou de seus grupos de interesse).

Esses fatores não surgem apenas de falhas morais individuais. Eles são consequência direta de sistemas antigos operando em um mundo que mudou radicalmente. Nosso sistema bancário, estruturado no século XV, a partir das práticas da família Médici, é essencialmente o mesmo até hoje. Nosso sistema contábil, formulado por Luca Pacioli no mesmo período, continua sendo a base da contabilidade moderna. Até mesmo nossos modelos democráticos, cujas raízes remontam a Sólon e Clístenes, carregam imperfeições que já não dialogam bem com a complexidade do mundo contemporâneo.

Nosso sistema bancário, estruturado no século XV, a partir das práticas da família Médici, é essencialmente o mesmo até hoje. Nosso sistema contábil, formulado por Luca Pacioli no mesmo período, continua sendo a base da contabilidade moderna. Até mesmo nossos modelos democráticos, cujas raízes remontam a Sólon e Clístenes, carregam imperfeições que já não dialogam bem com a complexidade do mundo contemporâneo. 

Nada disso significa que esses sistemas tenham sido inúteis — ao contrário. Eles foram extraordinários para seu tempo. O problema surge quando tratamos estruturas históricas como dogmas intocáveis, mesmo diante de avanços tecnológicos, informacionais e organizacionais sem precedentes.

A proposta central da Prospenomics é clara: reduzir inepcia, corrupção e autosserviência por meio da redução estrutural da escassez, viabilizada pelo avanço tecnológico, pela automação, pelo uso inteligente de dados e por novos modelos administrativos baseados em evidência, não em tradição ou narrativa.

Nesse contexto, a divisão política entre esquerda e direita revela seu caráter anacrônico. Trata-se de um modelo útil para organizar o debate e facilitar a escolha do eleitor, mas que se torna limitante — e até prejudicial — quando aplicado à gestão de sistemas complexos. Pacotes ideológicos fechados simplificam o discurso, mas frequentemente tornam a administração pública menos eficiente.

A realidade não opera por alinhamento ideológico. 

Um Boeing 747 não é projetado colocando motores na fuselagem por ser uma “solução de esquerda”, nem nas asas por ser uma “solução de direita”. O avião só decola porque respeita a ciência, a engenharia e as leis da física.

Da mesma forma, sociedades só prosperam quando suas decisões administrativas respeitam as leis da realidade. Não devemos temer a reavaliação de sistemas, nem tratar a revisão institucional como ameaça. Pelo contrário: tabus precisam ser questionados para que a evolução seja possível.

Quando a política passa a justificar a ruptura de vínculos humanos e a suspensão do pensamento crítico, o custo não é apenas social — é institucional, econômico e civilizacional.

A Prospenomics propõe uma transição: da administração baseada em escassez, identidade e dogma para uma administração orientada por tecnologia, redução de fricções e respeito às leis do mundo real.

Prosperidade não nasce da idolatria.
Nasce da lucidez.

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