Prospenomia

Prospenomia (Prospenomics em inglês) é o estudo da prosperidade e seus geradores, a fim de traçar um caminho para a Pós-Escassez. Através de uma abordagem económica e social que transcende os paradigmas convencionais da teoria económica conhecida, que tem uma abundância relativamente baixa à custa de um trabalho árduo e ineficiente, e não consegue distribuir o bem-estar entre os homens, dando pouca ou nenhuma atenção aos resíduos e caos gerados no planeta. O campo de estudo da porspenomia, desenvolvido por Luiz Pagano, surge da necessidade urgente de repensar os modelos económicos e sociais atuais e para isso devemos estudar todas as formas conhecidas de prosperidade, desde decisões inteligentes tomadas na antiguidade, bem como as ficções de Gene Roddenberry de Star Trek, que vislumbra um futuro em em que a prosperidade é abundante, não se usa mais frações monetárias para a troca de bens e serviços, e as pessoas trabalham para satisfazer seus talentos e ambições de elevação pessoal; ou também a de Buckminster Fuller, em que a prosperidade não se limitava apenas à acumulação de riqueza material ou ao crescimento económico, mas era uma questão de garantir bem-estar e sustentabilidade para todas as formas de vida no planeta. BASIC ARGUMENT OF PROSPENOMICS/PROSENOMY by Luiz Pagano, Setembro de 2007

domingo, 12 de outubro de 2025

Prospenomics Da Ficção à Realidade


A Ideia que Nunca Me Abandonou

Tudo começou na faculdade. Era o momento de escrever minha monografia de conclusão de curso, e como todo estudante, eu queria propor algo que fosse original, relevante — e, acima de tudo, transformador. A primeira ideia que me ocorreu foi simples, mas ousada: se a ficção científica inspirou Santos=Dumont a inventar o avião, por que não usamos dela para reinventar a administração das economias, especialmente a administração pública?


A proposta parecia fazer sentido para mim. Afinal, Santos=Dumont lia Júlio Verne, sonhava com máquinas voadoras e depois as construiu. Ele não apenas se inspirou — ele realizou. Então por que não aplicar esse mesmo raciocínio à gestão pública? Por que não olhar para as sociedades imaginadas em obras como Star Trek, Fundação ou Nosso Lar* , e extrair delas modelos mais eficientes, éticos e humanos?

*Nota importante: Embora Nosso Lar seja frequentemente citado ao lado de obras de ficção científica por sua descrição de uma sociedade organizada e espiritualizada, é fundamental reconhecer que não se trata de uma obra de ficção científica, mas sim de um texto da doutrina espírita, psicografado por Chico Xavier. Ele descreve um plano espiritual que faz parte do universo de crenças do espiritismo, e sua abordagem reflete valores e princípios espirituais, não especulativos ou científicos..

Apresentei a ideia aos examinadores da banca. E o que recebi foi... risada. Todos acharam a proposta ridícula, exceto um: o professor Mercier**. Ele não apenas ouviu com atenção, como me incentivou a continuar pensando sobre aquilo, mesmo que não fosse o tema aceito para a monografia. Foi um gesto que nunca esqueci.

**Nota pessoal: A UNIFIEO é minha Alma Mater, e o Professor Decano Antônio Pacheco Mercier foi — e continua sendo — meu mentor intelectual e humano. Foi ele quem enxergou valor na proposta da Prospenomics quando muitos a descartaram. Osasco, cidade que me ofereceu a chance de estudar e prosperar,  que abriga a UNIFIEO, é também terra do primeiro voo de aeroplano da América Latina, realizado por Dimitri Sensaud de Lavaud em 1910. Apesar desse feito histórico, Osasco é frequentemente subjugada pela nossa síndrome de vira-latas, que nos faz ignorar ou minimizar nossas próprias conquistas.

É justamente contra essa mentalidade que Prospenomics se levanta — para mostrar que ideias transformadoras podem surgir de qualquer lugar, inclusive de onde menos se espera.

No fim das contas, tive que engavetar a ideia. A monografia aprovada foi sobre o papel da CACEX na exportação brasileira, baseada no meu estágio no departamento de câmbio do Banco Noroeste. Um trabalho técnico, burocrático, sem alma. Fiz o que era necessário para concluir o curso, mas a chama da Prospenomics — como mais tarde batizei minha proposta — nunca se apagou dentro de mim.

Com o advento dos blogs e das plataformas digitais, finalmente encontrei um espaço para publicar minhas ideias. Comecei a escrever sobre Prospenomia, sobre sociedades pós-escassez, sobre como a ficção científica pode ser usada como laboratório de políticas públicas. E aos poucos, percebi que não estava sozinho. Outros também buscavam alternativas, sonhavam com novos modelos, queriam mais do que apenas sobreviver dentro de sistemas falhos.

Este livro é o resultado dessa jornada. Uma tentativa de reunir reflexões, provocações e propostas concretas para uma nova forma de pensar a administração pública — inspirada não apenas pela razão, mas também pela imaginação.

Porque, no fim das contas, toda grande transformação começa com uma ideia que parece ridícula — até que alguém a realiza.

Astrônomo, Astronauta e Astrólogo

Muito antes de construir cidades, domesticar animais ou escrever histórias, os primeiros hominídeos devem ter se maravilhado com o céu estrelado. Imagine o impacto de olhar para cima, em meio à escuridão da savana africana, e ver aquele manto pontilhado de luzes misteriosas. O céu era um espetáculo silencioso, constante, e ao mesmo tempo cheio de movimento. Era o primeiro grande quadro negro da humanidade — e os astros, seus primeiros professores.

A observação dos astros não era apenas contemplativa. Ela oferecia pistas sobre o mundo ao redor. Os nossos ancestrais perceberam que certos padrões celestes precediam chuvas, tempestades ou dias de sol intenso. Com o tempo, entenderam que o movimento das estrelas e do Sol indicava a chegada do verão ou do inverno, a época de plantar ou colher, de migrar ou se abrigar. O céu tornou-se um calendário natural, um sistema de orientação, uma bússola cósmica. E assim, o estudo dos astros tornou-se uma ferramenta de evolução.

Com o passar dos séculos, esse saber se refinou. Surgiram os primeiros astrônomos, que dedicavam suas vidas a entender os corpos celestes com precisão matemática. Eles criaram mapas do céu, calcularam órbitas, previram eclipses. A astronomia tornou-se uma ciência fundamental para a navegação, para a agricultura e para o próprio entendimento da nossa posição no universo.

Mas nem sempre o céu foi visto com olhos científicos. Durante a Idade Média, os astros passaram a ser interpretados como símbolos mágicos. Surgiu o astrólogo, aquele que via poesia nos astros. Ele não buscava apenas entender o movimento dos planetas, mas sim traduzir seus significados ocultos, relacionando-os à vida humana, aos destinos individuais, às emoções e aos ciclos espirituais. Embora a astrologia tenha sido marginalizada pela ciência moderna, não se pode negar que ela preservou o fascínio pelo céu em tempos de escuridão intelectual. E mais: foi justamente essa busca metafísica que, mais tarde, daria origem à química, à física e à psicologia.

Então, veio o século XX. E com ele, um novo tipo de personagem celeste: o astronauta. Se o astrônomo observava os astros e o astrólogo os interpretava, o astronauta foi até eles. Em 1961, Yuri Gagarin tornou-se o primeiro ser humano a orbitar a Terra. Em 1969, Neil Armstrong pisou na Lua. A humanidade, pela primeira vez, deixou de apenas olhar para o céu — e passou a caminhar sobre ele. O astronauta representa a coragem de transformar sonho em ação, de atravessar fronteiras antes consideradas intransponíveis.

Esses três personagens — o astrônomo, o astrólogo e o astronauta — são arquétipos que habitam nossa imaginação coletiva. Cada um deles representa uma dimensão essencial da experiência humana:

1-O astrônomo, com sua busca racional e científica.
2-O astrólogo, com sua sensibilidade simbólica e poética.
3-O astronauta, com sua ousadia realizadora e transformadora.

Santos Dumont, por exemplo, pode ser visto como um astrônomo e astronauta da aviação. Ele estudou os princípios do voo, mas também construiu os dispositivos que o tornaram possível. Inspirado por Júlio Verne, Dumont mostrou que a ficção científica pode ser o primeiro passo para a inovação concreta.

E é justamente aí que entra o conceito de Prospenomics. Se queremos construir uma sociedade baseada na prosperidade coletiva, na abundância e na realização compartilhada, talvez devamos olhar para esses três personagens como guias. Será que o astrônomo, o astrólogo e o astronauta podem nos ajudar a atingir uma sociedade prospenômica?

Os Três Personagens que Inspiram a Ciência

Se no primeiro capítulo vimos como o astrônomo, o astrólogo e o astronauta representam dimensões essenciais da experiência humana — conhecimento, poesia e ação — neste segundo capítulo exploramos como esses arquétipos se manifestam na prática científica e nos avanços da civilização.

Ao longo da história, grandes descobertas não vieram apenas da razão pura ou da experimentação cega. Elas surgiram quando esses três personagens se encontraram dentro de um mesmo indivíduo, revelando que o progresso humano é, muitas vezes, fruto de uma alquimia entre sonho, observação e coragem.

Kekulé e o Sonho do Uroboros

O químico Friedrich August Kekulé, por exemplo, descobriu a estrutura da molécula de benzeno não por meio de cálculos frios, mas por meio de um sonho simbólico. Ele viu uma serpente mordendo a própria cauda — o símbolo do Uroboros, antigo arquétipo da eternidade e do ciclo infinito. Essa imagem o levou a conceber a estrutura cíclica do benzeno, algo que revolucionou a química orgânica.

Kekulé, nesse momento, foi astrólogo e astrônomo: interpretou um símbolo metafísico e o traduziu em uma estrutura científica. Ele viu poesia nos astros e, ao mesmo tempo, aplicou lógica e observação para transformar esse insight em conhecimento concreto.

Mendeleiev e o Gosto da Matéria

Outro exemplo fascinante é o de Dmitri Mendeleiev, criador da tabela periódica. Para classificar os elementos químicos, ele não se limitava a observações externas — ele colocava substâncias na boca, sentia o gosto, explorava fisicamente suas propriedades. Esse gesto, hoje impensável em laboratórios modernos, revela uma mentalidade de astronauta: alguém que se lança na experiência direta, que toca, sente, arrisca.

Mas Mendeleiev também foi astrônomo: ao organizar os elementos em padrões e prever a existência de substâncias ainda não descobertas, ele demonstrou uma visão sistêmica, quase cósmica, da matéria. Ele não apenas explorou — ele compreendeu.

A Fusão dos Três na Ficção Científica

Esses exemplos mostram que os grandes avanços não vêm de uma única abordagem, mas da interação entre os três personagens. E é justamente na ficção científica que essa fusão acontece com mais clareza.

Em obras como Star Trek, Fundação de Isaac Asimov ou Solaris de Stanisław Lem, vemos cientistas que sonham, exploram e interpretam. A ficção científica permite que o astrólogo imagine mundos possíveis, que o astronauta os explore, e que o astrônomo os compreenda. Ela é o palco onde poesia, ciência e ação se encontram.

Por isso, quando a ficção científica é aplicada à realidade, esses três personagens se interagem. Eles deixam de ser arquétipos isolados e tornam-se forças complementares, capazes de transformar sociedades, reinventar políticas públicas e inspirar novos modelos econômicos — como o que propomos com Prospenomics.

A pergunta que se impõe agora é: Como podemos usar essa tríade simbólica para construir uma sociedade verdadeiramente prospenômica?

A Administração Pública que Ainda Não Inventamos

Se os capítulos anteriores mostraram como os arquétipos do astrônomo, do astrólogo e do astronauta inspiraram avanços científicos e sociais, agora é hora de olhar para o coração da nossa convivência coletiva: a administração pública. E aqui, infelizmente, a criatividade parece ter ficado para trás.

Vivemos em um mundo onde os modelos de gestão social mudam muito pouco ao longo dos séculos. A democracia, por exemplo, é considerada o melhor sistema político que temos — e de fato, desde Solón e Clístenes, ela representa um avanço em relação ao autoritarismo. Mas será que ela é suficiente? Mesmo sendo milenar, a democracia ainda carrega falhas profundas, como a manipulação de massas, o clientelismo e a baixa representatividade real.

O mesmo vale para os sistemas contábeis e bancários. O método de partidas dobradas, criado por Luca Pacioli no século XV, ainda é a base da contabilidade moderna. O sistema bancário, surgido no século XVI, continua operando com lógicas de escassez, juros e concentração de capital. Por que nunca usamos ideias realmente avançadas para reinventar esses sistemas vitais?

Hoje, o liberalismo gera riqueza, mas não prosperidade. Ele favorece o acúmulo individual, mas ignora que a existência de núcleos pobres torna a riqueza dos demais ineficiente e frágil. Já o comunismo e o socialismo, em suas versões históricas, falham ao tentar distribuir uma riqueza que nem sequer foi gerada — criando escassez em vez de abundância.

É nesse cenário que surge o conceito de Prospenomics: uma proposta de sociedade pós-escassez, onde a prosperidade é compartilhada e o progresso é medido por realizações coletivas. Em vez de competir por recursos limitados, todos se beneficiam de forma harmônica, com sistemas que incentivam a colaboração, a inovação e o bem-estar mútuo.

Mas para isso, precisamos pensar fora da caixa. Precisamos olhar para os modelos de sociedade que já foram imaginados — mesmo que apenas na ficção.



Star Trek e Nosso Lar: Modelos Alternativos

Gene Roddenberry, criador de Star Trek, imaginou uma sociedade onde não há dinheiro, não há fome, e o conhecimento é o bem mais valioso. Os líderes são escolhidos por mérito, ética e sabedoria. A Federação dos Planetas Unidos é um exemplo de administração pública baseada em valores universais, ciência e diplomacia.

No outro extremo, temos a sociedade espiritual de Nosso Lar, descrita por Chico Xavier. Lá, os líderes mais importantes são justamente aqueles que têm mais tempo para os humildes. A administração é feita com base na empatia, no serviço e na evolução moral — não no poder ou na autopromoção.

Esses modelos, embora fictícios ou espirituais, nos oferecem pistas valiosas. Eles mostram que é possível imaginar sistemas onde a administração pública não seja marcada por três grandes males que hoje nos afligem:

1-Inepcia – Muitos políticos entram na vida pública não por competência, mas por falta de opções no mercado de trabalho.

2-Auto-serviência – Leis são votadas com foco no benefício próprio, não no bem comum.

3-Corrupção – Um mal endêmico que mina a confiança, os recursos e a esperança da população.

Se não ousarmos imaginar algo novo, jamais sairemos desse ciclo vicioso. Precisamos de uma administração pública que seja inspirada por astrônomos (que compreendem), por astrólogos (que inspiram) e por astronautas (que realizam). Precisamos de líderes que pensem como cientistas, sintam como poetas e ajam como exploradores.

Prospenomics não é apenas uma teoria — é um convite. Um chamado para que deixemos de apenas sobreviver e passemos a projetar o mundo que queremos viver.

Exemplos de Ficções para uma Sociedade Prospenômica

O conceito de utilizar a ficção como um "laboratório de ideias" que nos leve para uma sociedade Prospenomica é extremamente potente. Prospenomics, de fato, se nutre da capacidade única da ficção de simular cenários complexos, permitindo-nos analisar as consequências sociais, econômicas e éticas de novos modelos de administração pública e gestão de recursos.

Ao nos colocarmos na posição do Astrônomo (observando as possibilidades), do Astrólogo (analisando os impactos) e do Astronauta (o agente que implementa a mudança), as narrativas que se seguem oferecem planos conceituais para ir além dos paradigmas atuais de escassez e competição. Abaixo, exploramos o primeiro exemplo dessa tríade, destacando como uma sociedade ficcional pós-escassez nos fornece pistas concretas:

1. Star Trek (Jornada nas Estrelas): O Blueprint da Prospenomics

A série Star Trek é mais do que ficção científica; ela é o modelo operacional por excelência para a Prospenomics. De fato, foi esta saga que me fez criar o conceito de Prospenomics no final dos anos 1980, solidificando a visão de uma sociedade de Pós-Escassez, onde o aumento astronômico de recursos, impulsionado pela exploração espacial e tecnologias como os replicadores de matéria e a energia limpa abundante, aniquilou a escassez material.

​A grande lição de Star Trek para a administração pública e econômica reside na mudança do foco humano: a motivação fundamental migra da sobrevivência e da acumulação de riqueza para o autodesenvolvimento, a curiosidade intelectual e a exploração do desconhecido.

​A Substituição do Dinheiro como Força Motriz:

O aspecto mais radical e inspirador de Star Trek é a substituição do sistema monetário. Isso me inspirou a focar em políticas que garantam a Segurança Material Básica (SMG) de forma plena e incondicional. Ao assegurar que habitação, alimentação, saúde e educação de qualidade sejam direitos inalienáveis e automaticamente supridos, a sociedade libera a energia humana da escravidão da necessidade econômica. O trabalho, então, transforma-se em vocação, trabalho criativo, científico e social, que transcende a mera equação de salário por sobrevivência.

​A Riqueza no Investimento em Conhecimento:

A Frota Estelar, o motor da Federação, é essencialmente uma vasta agência de pesquisa e exploração financiada integralmente pela sociedade. Isso estabelece um princípio fundamental da Prospenomics: o maior investimento de uma sociedade próspera deve ser em Ciência, Arte e Educação, vistas não como meras ferramentas para impulsionar o PIB, mas como fins civilizatórios em si mesmos. Nessa visão, a "riqueza" de um cidadão não é medida pelo saldo bancário, mas sim pelo seu acesso ilimitado ao conhecimento e às oportunidades de desenvolvimento pessoal.

​A Ética da Não-Intrusão (A Primeira Diretriz):

A famosa regra que proíbe a interferência no desenvolvimento de culturas menos avançadas pode ser traduzida para a administração pública como um princípio de Não-Intrusão e Respeito à Autonomia Local. Um governo prospenômico deve, portanto, fornecer a plataforma para a prosperidade (a SMG, a educação, a saúde) e criar as condições de abundância, mas deve resistir ativamente à manipulação ou ao controle excessivo das escolhas individuais e comunitárias. O governo garante a base, mas a autodeterminação floresce a partir dela.

2 - The Mandibles: A Family, 2029-2047



É fascinante como "The Mandibles" nos oferece uma lente de aumento para questões críticas da nossa economia e sociedade, apresentando soluções distópicas que, ironicamente, contêm ideias tentadoras.

​Em um texto mais fluido, podemos dizer que o livro de Lionel Shriver funciona como um alerta sobre três questões interligadas: a fragilidade da moeda, a ameaça da inflação e o perigo do controle centralizado.

​O Alerta de "The Mandibles"

​O romance nos avisa que a confiança na moeda e nas instituições é o alicerce de tudo. Quando o dólar colapsa e é substituído pelo Bancor (uma moeda supranacional, ou um novo sistema), a confiança se quebra, e a estrutura social desmorona. O aviso é claro: a estabilidade financeira é menos garantida do que parece.

​As Ideias Tentadoras do FleX e do Bancor

​No entanto, as soluções tecnológicas e monetárias do livro, embora impostas pela crise, levantam questões que poderiam ser benéficas na nossa sociedade atual:

​O Fim da Lavagem de Dinheiro e do Roubo Descontrolado:

​A ascensão de um sistema de moedas digitais e alternativas (como o Bancor), especialmente se fosse baseado em uma arquitetura de blockchain ou totalmente rastreável, poderia, em teoria, eliminar a lavagem de dinheiro e o roubo em grande escala. Se o dinheiro não existe mais como notas físicas ou como meros ativos bancários não rastreáveis, cada transação poderia ser registrada. Isso dificultaria enormemente a corrupção e a ocultação de riqueza ilegal, um flagelo que assola a política mundial.

​A Descentralização e a Perda de Controle do Governo:

​No romance, a criação do Bancor e o uso do FleX acabam centralizando o controle nas mãos de um governo autoritário (especialmente na segunda metade do livro).
​O Conceito Tentador: Mas a ideia central que o livro nos faz ponderar é o oposto: o que aconteceria se o dinheiro não fosse mais controlado por nenhum governo? O Bancor, como moeda supranacional ou digital, ecoa o debate atual sobre criptomoedas e a desdolarização. Se o dinheiro for totalmente descentralizado e baseado em algoritmos (e não nas promessas de um banco central com dívidas altíssimas), ele seria imune à impressão descontrolada, à manipulação política e, teoricamente, às crises de dívida soberana que vemos hoje.

​Conclusão: Uma Troca Perigosa

​O livro, portanto, nos apresenta um dilema irônico: a tecnologia monetária poderia oferecer a solução para a corrupção e a instabilidade da dívida – trazendo um potencial "alívio" moral e fiscal – mas, se mal implementada, ela pode facilmente se transformar em uma ferramenta de vigilância total e de controle ainda maior pelo Estado, substituindo a tirania do dólar pela tirania do sistema de rastreamento total. O aviso de Shriver não é apenas sobre o dinheiro, mas sobre o custo da segurança em troca da liberdade.

Outras Ficções 

Da mesma forma que Star Trek (1) apresenta uma sociedade pós-escassez onde a tecnologia elimina a pobreza e estabelece uma ética de responsabilidade coletiva, e que Nosso Lar (16) mostra uma administração espiritual onde os mais preparados atendem aos mais simples com dignidade, muitos outros universos fictícios oferecem modelos que podem orientar soluções reais. 


Em Fundação, de Isaac Asimov (3), surge um governo baseado na previsão científica do comportamento coletivo, ideia que hoje poderia ser traduzida em planejamento público guiado por inteligência artificial. Já em Crônicas Marcianas, de Ray Bradbury (4), vemos cidades pequenas e autônomas que rejeitam o gigantismo urbano, propondo um modelo de decentralização social. 

Wakanda, do universo Pantera Negra (5), representa uma tecnocracia ética onde ciência e poder são usados para proteger a coletividade e não para explorar. Em Avatar (6), os Na’vi vivem uma economia biocêntrica onde a natureza é parte integrante da estrutura produtiva, e não um recurso a ser explorado. 

Até Os Smurfs (7), com sua organização simples por vocação — o cozinheiro cozinha, o construtor constrói — sugerem um sistema educacional e profissional baseado em aptidão e não em imposição. A vila dos hobbits em O Senhor dos Anéis (8) apresenta uma sociedade feliz precisamente por ser despretensiosa, mostrando que a simplicidade pode ser uma forma de prosperidade. 

Finalmente chegamos ao universo próspero de "The Culture" (9), obra do autor escocês Iain M. Banks. Ela oferece um dos modelos mais sofisticados de uma sociedade pós-escassez da ficção científica, bem como lições profundas e radicais para a Prospenomics.

Enquanto Jornada nas Estrelas mostra os passos para alcançar a Pós-Escassez, "The Culture" explora as consequências dessa liberdade em sua forma mais extrema.

Iain M. Banks criou uma civilização interestelar, quasi utópica, onde a tecnologia (especificamente as IAs superinteligentes, as "Mentes") libertou completamente a humanidade de todo trabalho e necessidade material, redefinindo o propósito da vida.

​Governança pela Inteligência Superior (As "Mentes")

Em The Culture, a civilização é administrada por I.As com capacidade de processamento e previsão muito superior à humana. Elas gerenciam os recursos (naves, habitats, energia) de forma tão eficiente que a escassez se torna impossível. A automação e a I.A. devem ser vistas não apenas como ferramentas de lucro, mas como a próxima camada de administração pública, responsáveis por garantir a distribuição equitativa de recursos, a logística complexa e a alocação de energia, liberando os humanos da burocracia ineficiente e do erro humano.

​O Fim da Corrupção e da Autosserviência

Este é o ponto mais crucial para a Prospenomics. A tecnologia na mencionada na obra liberou o desejo de possuir coisas. Quando qualquer item pode ser criado instantaneamente por replicadores, a acumulação se torna sem sentido.


Atingir a Pós-Escassez total (ou abundância) remove a raiz da corrupção e da autosserviência. Não se rouba o que se pode ter facilmente. Isso sugere que a solução mais eficaz contra a corrupção política e econômica é a abundância material garantida, não apenas a punição.

Sem a pressão de sobreviver ou acumular, a energia dos cidadãos da Cultura é canalizada para o "trabalho" de atingir a plenitude e a complexidade. O esforço humano é dedicado à arte, à ciência, ao aprimoramento físico e mental, e à construção de uma ética e moralidade elevadas.

A administração pública deve ter como objetivo principal a "Liberação do Potencial Humano". Em vez de medir o sucesso pele produtividade, a sociedade deve medir a prosperidade pela quantidade de tempo e recursos que os cidadãos dedicam a atividades de autoaperfeiçoamento e contribuição social que não geram lucro, mas sim desenvolvem capital humano e ético. Isso por si só já seria uma solução poderosa para os dias de hoje.

Em suma, "The Culture" propõe que, ao resolver o problema material com a tecnologia, resolvemos inerentemente o problema ético e moral da sociedade, substituindo a ganância pela busca de significado e excelência, tornando esta obra de 12 volumes uma das melhores ferramentas para o desenvolvimento de uma sociedade verdadeiramente prospenomica.

Laputa, de Castelo no Céu (10), une tradição e tecnologia ao mostrar uma civilização aérea baseada em sabedoria ancestral e engenharia sutil. 

Em Matrix (11), há um alerta valioso: quando a tecnologia é usada para controle em vez de emancipação, ela se transforma em prisão — lembrando que todo avanço técnico precisa vir acompanhado de ética. Já Duna, de Frank Herbert (12), destaca a importância do recurso natural como elemento de governança, algo diretamente comparável à gestão da água na Terra. The Expanse (13) apresenta um sistema político multipolar no espaço, onde alianças são feitas por necessidade ecológica, indicando que cooperação pode ser mais estratégica que dominação. 

Até A Revolta de Atlas, de Ayn Rand (14), embora ideologicamente controverso, oferece um contraponto importante ao mostrar o risco de sistemas que sufocam a inovação individual — lembrando que liberdade e responsabilidade precisam caminhar juntas. E por fim, Jogos Vorazes (15) serve como exemplo de tudo o que um governo não deve ser: centralizador, espetacularizado e desigual — funcionando como alerta permanente contra o autoritarismo mascarado de entretenimento. 

Esses mais de quinze universos mostram que a ficção não é fuga da realidade — é um laboratório para projetar o que ainda não existe. 

Se Santos=Dumont leu Júlio Verne e construiu o avião, então por que Prospenomics não pode ler Star Trek, Fundação, Wakanda e construir o futuro da administração pública?

terça-feira, 12 de março de 2024

O Homem de Utopia e o Homem da Prospenomia

 


“O fato é que uma imagem, a capa do álbum "The Man from Utopia" de Frank Zappa, apresentando Ranxerox, o herói que eu achava que ninguém mais no mundo conhecia além de mim, teve um impacto em minha vida que mudaria tudo.

Como uma série de eventos aparentemente simples, desde ver a capa de um álbum até ouvir uma série de músicas que meu irmão botava para tocar, poderia ter um impacto emocional tão profundo que mudaria toda a minha vida, com uma ideia persistente e inovadora, a qual, eu não tinha ideia de como levar adiante.


Os anos 1980 foram incrivelmente inovadores; Frank Zappa criou músicas e letras que criticavam as decisões tomadas por executivos drogados, pessoas mal alimentadas de cozinhas sujas, ecoando ao lado do rebelde RanXerox, herói pós-apocalíptico que vivia entre os extremos de esmagar seus inimigos e amar Lubna, por meio de ilustrações ultra realistas e geniais de Tanino Liberatore e Stefano Tamburini.

Naquele momento, eu, um jovem artista que queria trabalhar como ilustrador, biólogo e/ou talvez viajar pelo mundo (o que mais tarde acabei fazendo ilustrações para a coluna "Super Fantástico" da revista "Superinteressante", no início dos anos 2000, na qual repensava com a pergunta "e se...", muito conveniente para a proposta de questionar a sociedade e criar novas doutrinas econômicas), absorvia influências que moldariam meu futuro de maneira surpreendente. Inspirado pela revista Heavy Metal, adult illustrated magazine, tive meu primeiro contato com o mundo distópico de Ranxerox”,  relata Pagano. 


Tanino Liberatore, Stefano Tamburini & Frank Zappa

Imerso nesse caldeirão de arte e crítica social, Pagano começou a questionar os sistemas econômicos predominantes da época - tanto o capitalismo quanto o comunismo falham em suas propostas: "O capitalismo falha em distribuir riqueza e o socialismo/comunismo falha ainda mais em não gerar riqueza para ser distribuída".

“Não se trata de escolher opções simples, votar em alguém da esquerda ou da direita, se o comunismo ou o capitalismo é melhor, mas as decisões devem ser tomadas de forma muito mais complexas e disruptivas, repensando completamente os modelos da sociedade, criando algo absurdamente novo”. 

Quem é o homem que veio de Utopia?

A arte da capa do álbum "The Man From Utopia", lançado em 1983, foi ilustrada por Tanino Liberatore e retrata um incidente da turnê de FZ pela Itália no ano anterior - a capa mostra RanXerox com a barbinha de Zappa no palco matando mosquitos, uma referência a um concerto no Parco Redecesio em 7 de julho de 1982, no qual a banda foi atacada por um grande número de mosquitos enquanto se apresentava; e a contracapa, retratando o tumulto em Palermo em 14 de julho, quando a polícia disparou gás lacrimogêneo contra a plateia.

“Eu sempre quis ser como RanXerox, corria como um macaco pelas ruas (sim, eu fazia isso com alguns amigos). As ideias de Frank Zappa, as revoluções estudantis que inspiraram Tanino e Liberatore com Ranxerox, e o conceito de Prospenomics são todos reflexos de meu desejo de mudança e progresso em diferentes esferas da sociedade”.

Frank Zappa, por meio de sua música e letras provocativas, desafiou as normas sociais e políticas de sua época, questionando autoridades e tabus com um olhar crítico e sarcástico. Sua abordagem iconoclasta e sua busca por liberdade criativa inspiraram não apenas músicos, mas também pensadores e ativistas em todo o mundo. O álbum se destaca pela faixa de abertura "Cocaine Decisions", com seu ritmo reminiscente de tabuleiros de lavar roupa skiffle, é um ataque aos empresários influenciados por drogas e apresenta uma gaita. "The Dangerous Kitchen" satiriza cozinhas sujas e desarrumadas.

"The Dangerous Kitchen", "The Radio Is Broken" e "The Jazz Discharge Party Hats" apresentam o estilo de "derretimento" de Zappa, geralmente com canto/fala pré-escrito, mas às vezes improvisado. Para "Jazz" e "Kitchen", Zappa teve o guitarrista Steve Vai sobredublando partes de guitarra complexas por toda a extensão das músicas, que copiavam perfeitamente cada palavra e sílaba de Zappa. Esse tipo único de sobredublagem foi um experimento único que Zappa nunca repetiu. O compositor húngaro Péter Eötvös disse em uma entrevista:

"Kitchen", do álbum "The Man From Utopia", tornou-se uma peça básica para mim, especialmente nos anos seguintes, depois que comecei a trabalhar em óperas. A técnica que ele usa nesta música em particular é muito interessante: é esse método de interpretação meio cantado, meio falado que não é exatamente Sprechgesang, mas o que torna tão interessante é que ele o acompanha com um solo instrumental. Fiquei muito surpreso ao descobrir que a parte de guitarra foi gravada separadamente. Como parecia tão sincronizado, eu estava convencido de que Zappa tinha cantado e tocado ao mesmo tempo. No entanto, a técnica em si, a ideia de "o instrumento cantante", vem de "The Dangerous Kitchen".

Tanino e Liberatore, com sua série de quadrinhos Ranxerox, retrataram uma sociedade distópica e violenta, refletindo as tensões e inquietações da juventude da época. Através de suas narrativas e ilustrações provocativas, eles exploraram temas como rebelião, alienação e desilusão, capturando a energia e a rebeldia das revoluções estudantis dos anos 1960 e 1970.

Frank Zappa se interessou pelo personagem RanXerox, criado pelos artistas italianos Tanino Liberatore e Stefano Tamburini, após um concerto em Roma em 1982. Uma jornalista da revista italiana Frigidaire mostrou a Zappa o álbum recém-publicado totalmente dedicado a RanXerox, o que o divertiu muito. Zappa ficou tão entusiasmado com o álbum de quadrinhos que pediu a seu amigo Massimo Bassoli para colocá-lo em contato com os autores. Assim, os artistas se encontraram em 1982 e forneceram a Zappa uma cópia de RanXerox.

Por sua vez, Luiz Pagano, com suas teorias de mudanças, ainda bastante incertas nos anos 1980, propunha uma abordagem econômica que priorizava a gestão sustentável dos recursos, a harmonia social e ecológica, e a busca por uma sociedade pós-escassez, tal qual a federação dos planetas que viviam o Capitão Kirk e Spock, sem pobreza, na qual as pessoas trabalhavam em função de seus talentos e não para ganhar a vida.

Inspirado na visão prospenomica Pagano acredita que é possível transcender as limitações do sistema econômico atual e criar um futuro mais justo e próspero para todos.

Em essência, todas essas ideias compartilham um compromisso com a mudança e a inovação, buscando desafiar o status quo e criar um mundo melhor e mais equitativo para as gerações futuras. Ao unir criatividade, crítica social e visão de futuro, esses pensadores e artistas contribuíram para moldar o debate sobre os desafios e oportunidades que enfrentamos como sociedade global.

Essa busca por uma alternativa mais equitativa e sustentável levou Pagano a formular as bases do que viria a ser conhecido como Prospenomics - a visão econômica que prioriza a gestão sustentável dos recursos, a harmonia social e harmonia entre todas as espécies que evoluíram nos últimos 4,5 bilhões de anos até gerar o planeta que temos e a busca por uma sociedade pós-escassez.

No entanto, as ideias de Pagano, assim como as de Zappa e os universos distópicos de Ranxerox, eram ainda ingênuas nos anos 1990. Foi somente através das críticas construtivas do professor Mercier que Pagano encontrou o incentivo necessário para aprimorar e amadurecer seus conceitos e a criação deste blog.

É através da exposição de ideias, do diálogo, da reflexão e da colaboração que podemos continuar avançando em direção a esse objetivo.

segunda-feira, 17 de abril de 2023

Prosperidade todo mundo quer mas ninguém sabe o que é

 

A reforma interior só começa realmente a se efetivar quando alinhamos nossa existência com o conhecimento de quem somos e de onde cada um de nós veio. Para descobrir quem somos, basta boa vontade e humildade. 


Existem muitos caminhos e fontes para quem já está procurando, entre eles o mais eficiente é o estudo das ocorrências cotidianas:

1- Se você pratica o acúmulo de riqueza por meio de ações que causam dano, sofrimento ou exploração de terceiros, reavalie sua conduta e saiba que você é apenas rico, mas não é próspero;

2- Se suas atividades econômicas agridem o meio ambiente ou degradam a vida de outras formas de vida no planeta - reavalie sua conduta e saiba que além de não ser próspero, você é inconsequente;

3-Se você participa do desenvolvimento e uso de processos ou tecnologias que não possuem manejo sustentável de recursos e equilíbrio ecológico, reavalie sua conduta e saiba que isso pode ser tão prejudicial quanto os dois pontos acima;

4-Se suas atividades não priorizam o envolvimento da comunidade, promovendo a coesão social e o desenvolvimento inclusivo, reavalie sua conduta e saiba que isso pode ser tão prejudicial quanto os três pontos acima;

As propostas prospenomicas buscam criar um sistema econômico mais sustentável e compassivo, incentivando indivíduos e entidades a agirem de maneira responsável e ética. O objetivo é promover um comportamento positivo por meio de educação, conscientização e incentivos, em vez de punição ou coerção.

A prosperidade é um estado de bem-estar caracterizado pelo florescimento econômico e social, juntamente com uma sensação de realização pessoal e felicidade. No contexto da Prospenomics, a prosperidade não é medida simplesmente pela riqueza material ou pelo crescimento econômico, mas sim por uma visão holística do bem-estar que engloba fatores sociais, ambientais e culturais.

Em uma sociedade prospenômica, a prosperidade é alcançada por meio da gestão sustentável de recursos, distribuição equitativa de riqueza e desenvolvimento inclusivo que beneficia todos os membros da sociedade, incluindo as gerações futuras. É um estado no qual indivíduos e comunidades têm acesso aos recursos e oportunidades necessários para viver vidas plenas, sem comprometer o bem-estar de outras pessoas ou do meio ambiente.

A prosperidade pode assumir muitas formas, incluindo prosperidade econômica, prosperidade social, prosperidade cultural e prosperidade ambiental. Em uma sociedade prospenômica, todas essas formas de prosperidade estão interconectadas e interdependentes, e o bem-estar de um aspecto depende do bem-estar dos outros.

No geral, a prosperidade em uma sociedade Prospenomic não é simplesmente acumular riqueza material ou crescimento econômico, mas sim criar uma sociedade sustentável e inclusiva na qual todos os membros possam prosperar e florescer, tanto individual quanto coletivamente.

O Planeta Prospenomia

Pelo que vejo, eu não sou o único a usar o termo prospenomia (prospenomics) 

Em seu livro Dinero ¿estás ahí? Mover nuestra conciencia hacia la abundancia da Editora Kolima, o professor Jean Guillaume Salles apresenta a história fictícia do planeta Prospenomia, na qual o planeta foi criado pelos deuses para abrigar seres que desejavam reconectar-se com sua parte divina. No entanto, a vida em Prospenomia era hostil, e os habitantes precisavam ir além dos seus cinco sentidos para encontrar harmonia e conexão com todas as formas de vida do planeta. 

Através dessa reconexão, os habitantes alcançavam um estado de aceitação irracional e amor, transformando a vida em Prospenomia em um jogo emocionante e harmonioso. A história sugere que Prospenomia se tornou uma escola para aqueles que buscavam aprender essa forma de vida, levando-os a compartilhar essa sabedoria com outros planetas da galáxia. 

...

"Esta es la historia del planeta Prospenomia.

Prospenomia fue creado por los dioses para alojar a los seres que querían recuperar la unidad con su parte divina. Así, todos los seres que vivían en Prospenomia habían ido allí por decisión propia plena y completa. Pero la vida en el planeta era hostil. Los dioses, como finos estrategas, lo habían concebido de tal modo que si los seres que vivían en él limitaban su percepción a sus cinco sentidos, su vida allí sería insoportable.

Planeta Prospenomiapor el Profesor Jean Guillaume Salles

En efecto, el planeta fue creado con el objetivo -recordémoslo- de que todos los seres que lo poblaban recuperasen su conexión con su divinidad. Así, para los seres que llamaban «la realidad>> a lo que percibían a través de sus cinco sentidos, la vida rápidamente se convertía en una pesadilla.

Pero lo que no habían previsto los dioses es que, aunque todos los seres que iban a aquel planeta lo hacían por propia voluntad y con la intención de reconectarse con su parte divina, rápidamente olvidaban aquello para lo que habían ido allí y soportaban pasivamente y con resignada fatalidad esa vida hostil. Como si una densa bruma invadiese sus mentes, que se iban anestesiando cada vez de manera más profunda.

Los dioses observaban con paciencia, con la esperanza de que al menos se despertaran unos cuantos, pero eso no ocurría. Así que decidieron acudir en su ayuda y disiparon esa extraña bruma que invadía las montes La vida   Prospenomia era tan dura que generaba gran sufrimiento, el cual a su vez producía esa densa bruma para la mente.

Tras haberse disipado la bruma, rápidamente algunos seres se despertaron.

Esos seres supieron mirar más allá de sus cinco sentidos para encontrar soluciones al reto que representaba la vida en Prospenomia.

Los dioses habían instalado en el mundo invisible una red que conectaba entre sí todas las formas de vida del planeta. Así, los seres que supieron ir más allá de sus cinco sentidos quedaban inmediatamente conectados con todas las formas de vida que existían en Prospenomia.

Al principio esto era un shock para el que se reconectaba; muchas veces aparecía el miedo a volverse loco, luego venía un derrumbe de todas las creencias relativas a la realidad y a cómo debía vivirse la vida. Si ese ser era capaz de atravesar todo eso, completaba la experiencia de estar conectado, más allá del espacio y del tiempo, con todas las formas de vida que había en el planeta. Y el que se reconectaba recuperaba también la memoria del objetivo que traía al venir a Prospenomia.

Entonces, para ese ser ya reconectado, la vida empezaba a fluir de manera sincrónica, más allá de toda lógica. Así, el miedo cedía el sitio al amor, el placer sustituía al deseo y más allá de todo aquello se instalaba un profundo estado de aceptación irracional de todo lo que es. A todo aquel que estaba reconectado con la red invisible, ese estado le permitía saber a cada instante todo lo que era útil para su supervivencia, su alegría y su conciencia. Y entonces la vida en Prospenomia se convertía rápidamente en un apasionante juego.

La red invisible estaba tejida de tal manera que cada vez que un ser se reconectaba, la malla adquiría más fuerza, y a los que aún estaban «dormidos» se les hacía más fácil reconectarse.

Así, como estrellas que se encienden en el cielo, las conciencias de los seres de Prospenomia se iluminaron con aquella reconexión.

En poquísimo tiempo la vida en Prospenomia pasó de la hostilidad y la ferocidad a una armonía en la que se respetaban todas las formas de vida, con la pujanza de un gozo palpitante que iluminaba la conciencia de cada ser.

Entonces Prospenomia se transformó en un planeta-escuela para todos los seres deseosos de aprender esa forma de vida. Algunos venían por sí mismos y otros para llevar esa enseñanza a otros planetas de la galaxia. Pero eso es otra historia… Amigo lector, te traigo una buena noticia: tienes en tus manos la guía práctica de Prospenomia. ¡¿Vamos?!

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O conceito apresentado pelo professor Jean Guillaume Salles sobre Prospenomia pode se integrar ao qual apresento o tema, numa perspectiva de harmonia, conexão e transcendência. Assim como os habitantes de Prospenomia precisavam ir além dos seus cinco sentidos para encontrar equilíbrio e paz, sua abordagem pode enfatizar a importância de olhar além das estruturas convencionais para encontrar soluções inovadoras e sustentáveis para os desafios econômicos e sociais. 



sábado, 8 de abril de 2023

IA e o surgimento de uma sociedade prospenômica - Como ferramentas como o ChatGPT da OpenAI, GPT-4, junto com os chatbots Bing AI da Microsoft, entre outros, podem ajudar a acelerar a criação de uma sociedade prospenômica

 
Carl Sagan by Craiyon


 A evolução da tecnologia pode ser descrita como movendo-se em uma escala geométrica, com algumas tecnologias avançando rapidamente e outras se tornando obsoletas com relativa rapidez. Isso geralmente é chamado de "ciclo de vida da tecnologia" e é impulsionado por vários fatores, incluindo demanda de mercado, inovação e concorrência.


Algumas tecnologias têm um ciclo de vida relativamente longo, como o automóvel, que existe há mais de 120 anos e continua a evoluir e melhorar. Outras tecnologias, como o fax, tiveram um ciclo de vida relativamente curto devido ao surgimento de novas tecnologias mais eficientes e eficazes.

Esse ritmo acelerado de avanço tecnológico pode ser empolgante e desafiador. Por um lado, abre novas oportunidades de inovação e crescimento. Por outro lado, pode ser difícil acompanhar os desenvolvimentos mais recentes e navegar no cenário tecnológico em rápida mudança.

Em última análise, a chave para o sucesso em um cenário tecnológico em rápida evolução é manter-se informado e adaptar-se rapidamente às mudanças no mercado.

O advento de uma sociedade prospenómica (mesmo que a definição prospenómica nunca tenha sido usada para este anseio) tem sido um objetivo para muitos indivíduos e organizações, e os recentes avanços na IA têm o potencial de abrir novas direções para alcançar este objetivo. A IA tem a capacidade de processar e analisar grandes quantidades de dados, identificar padrões e tendências e fazer previsões sobre resultados futuros. Isso pode ajudar indivíduos e organizações a tomar decisões mais informadas sobre como alocar recursos, investir em novos projetos e criar novas oportunidades de crescimento e desenvolvimento.

Além disso, a IA pode ajudar a automatizar tarefas rotineiras, liberando tempo e recursos para trabalhos mais importantes. Isso pode levar a processos mais eficientes e maior produtividade, o que pode, em última análise, impulsionar o crescimento e o desenvolvimento econômico.

A IA tem o potencial de enfrentar alguns dos maiores desafios da sociedade hoje, como pobreza, desigualdade de acesso à educação e à saúde. Ao analisar dados sobre uso de recursos e impacto social, por exemplo, as ferramentas de IA podem ajudar indivíduos e organizações a fazer escolhas mais equitativas, levando a uma sociedade mais inclusiva e próspera.

Obviamente, é importante observar que a IA não é uma solução milagrosa para todos os problemas da sociedade. Deve ser usada de forma responsável e ética, e em conjunto com outras ferramentas e estratégias, para garantir que beneficie todos os membros da sociedade. Mas não há dúvida de que a IA tem potencial para desempenhar um papel significativo na formação de um futuro mais próspero e sustentável para todos.

2-As primeiras coisas vem primeiro - a evolução do agente prospenômico individual

Alcançar uma sociedade prospenômica é um processo complexo e de longo prazo, e requer o desenvolvimento de agentes prospenômicos individuais que possam contribuir para o objetivo geral de criar uma sociedade próspera e sustentável. Agentes prospenômicos são indivíduos ou organizações que trabalham para criar prosperidade econômica e progresso social de forma responsável e sustentável.

Uma das melhores maneiras de começar a desenvolver agentes prospenômicos é por meio de programas de educação e treinamento que enfatizem a importância da sustentabilidade, responsabilidade social e inovação. Esses programas podem ajudar indivíduos e organizações a desenvolver as habilidades e conhecimentos necessários para criar soluções inovadoras para desafios sociais e econômicos, ao mesmo tempo em que promovem práticas de negócios éticas e sustentáveis.

Outro aspecto importante do desenvolvimento de agentes prospenômicos é promover uma cultura de colaboração e inclusão, onde indivíduos e organizações trabalham juntos em busca de objetivos comuns e compartilham conhecimentos e recursos. Isso pode ajudar a criar um ambiente mais favorável e produtivo, onde indivíduos e organizações podem aprender uns com os outros e desenvolver novas ideias e abordagens para criar uma sociedade mais próspera.

Em resumo, o desenvolvimento de agentes prospenômicos individuais é uma parte essencial para alcançar uma sociedade prospenômica. Educação, treinamento, colaboração e inclusão são fatores-chave.

É interessante notar que Luiz Pagano avaliou nosso nível atual de agentes prospenômicos em aproximadamente 1,6 e previu, com o advento das ferramentas democráticas de IA, um salto para o nível dois em 2050. Embora seja difícil prever o impacto exato da IA em nosso nível de agentes prospenômicos, fica claro que a IA tem potencial para desempenhar um papel significativo na promoção do crescimento econômico sustentável e do progresso social.

A IA pode nos ajudar a entender melhor as complexas relações entre fatores econômicos, sociais e ambientais e a identificar novas oportunidades de crescimento e desenvolvimento. Também pode nos ajudar a desenvolver práticas de negócios mais eficientes e sustentáveis e a enfrentar alguns dos maiores desafios que a sociedade enfrenta hoje, como pobreza, desigualdade e mudança climática.

3-Visão Pessimista x Otimista

O impacto da IA no emprego e na economia é um tema de muito debate e discussão. Embora seja verdade que a IA tem o potencial de automatizar certas tarefas e substituir alguns trabalhos, também é verdade que pode criar novos empregos e oportunidades em áreas como análise de dados, aprendizado de máquina e robótica.

Em uma visão pessimista, a adoção generalizada da IA pode levar a um deslocamento significativo de empregos, principalmente em setores que dependem fortemente de trabalho manual ou tarefas rotineiras. Isso pode levar a dificuldades econômicas para os indivíduos e comunidades afetadas, e seria importante para os governos e outras partes interessadas desenvolver políticas e programas para ajudar os afetados na transição para novas indústrias e oportunidades.

Em uma visão otimista, a IA pode permitir que os indivíduos automatizem certas tarefas e liberem tempo para atividades de maior valor, como trabalho criativo, resolução de problemas e inovação. Isso poderia levar a novas formas de emprego e crescimento econômico, bem como a melhores padrões de vida para indivíduos e comunidades.

Em última análise, o impacto da IA na economia e na sociedade dependerá de vários fatores, incluindo o ritmo do progresso tecnológico, a natureza dos trabalhos que estão sendo automatizados e as políticas e regulamentações implementadas para gerenciar a transição para uma IA- economia habilitada. Será importante considerar os benefícios e riscos potenciais da IA e trabalhar para garantir que seu desenvolvimento e implementação beneficiem todos os membros da sociedade.

4-Aumentar recursos ilimitados, em grupo e diminuir nosso impacto consumindo

A prospenomia, conforme visto em outros trabalhos, é um sistema econômico que visa alcançar prosperidade para a sociedade, equilibrando a exploração de recursos com inteligência e promovendo uma comunidade que prospera por meio da dedicação aos talentos e ao espírito fraterno. Este sistema reconhece que a riqueza individual por si só não leva necessariamente à prosperidade geral e, em vez disso, concentra-se em alcançar a riqueza em harmonia como um grupo.

Elon Musk by Craiyon

Socialismo e capitalismo são dois sistemas econômicos bem conhecidos que têm pontos fortes e fracos. O socialismo enfatiza a igualdade, mas também pode levar à falta de satisfação, liberdade e colapso econômico. O capitalismo enfatiza a acumulação de riqueza individual, mas também pode levar à pobreza e à desigualdade de oportunidades.

A prospenomia, como terceira opção, busca evitar as armadilhas tanto do socialismo quanto do capitalismo ao priorizar o equilíbrio e a inteligência na exploração dos recursos. Isso cria uma sociedade pós-escassez, onde os indivíduos são incentivados a se dedicarem aos seus talentos, ao mesmo tempo em que promovem um senso de comunidade e fraternidade.

5-Melhorar o indivíduo para melhorar o todo

É importante reconhecer que o sucesso de qualquer sistema econômico depende de uma variedade de fatores, incluindo normas culturais, instituições políticas e comportamentos individuais. No entanto, lutando por um sistema que valorize o sucesso individual e coletivo, pode ser possível criar uma sociedade mais próspera e equitativa para todos.

E, se você considerar a definição de economia como a alocação de recursos escassos para necessidades ilimitadas, amplamente aceita. A prospenomia, como sistema econômico, visa alcançar a pós-escassez, equilibrando a exploração dos recursos com inteligência e promovendo uma comunidade que prospera por meio da dedicação aos talentos e ao espírito fraterno.

A prospenomia não visa eliminar ou reduzir as necessidades das pessoas, mas sim criar uma sociedade onde essas necessidades possam ser satisfeitas de forma sustentável.

Além disso, embora a produtividade seja certamente um aspecto importante de qualquer sistema econômico, ela não deve ser buscada à custa do bem-estar individual ou da realização pessoal. A prospenomia visa criar uma sociedade onde os indivíduos são encorajados a se dedicar aos seus talentos e paixões, em vez de simplesmente buscar a produtividade por si só.

Em resumo, a Prospenomia visa alcançar a pós-escassez, equilibrando a exploração dos recursos com inteligência e promovendo uma comunidade que prospera pela dedicação aos talentos e espírito fraterno, sem buscar reduzir as necessidades individuais ou priorizar a produtividade sobre a realização pessoal.

É verdade que a civilização humana teve um impacto significativo no planeta e em outros seres vivos, levando à degradação ambiental, extinção de espécies e outras consequências negativas. No entanto, também é importante reconhecer que os seres humanos têm potencial para criar mudanças positivas e contribuir para um mundo mais sustentável e harmonioso.

A prospenômica, como mencionado, é um campo que busca promover a prosperidade humana, considerando também o bem-estar do planeta e de todos os seus habitantes. Reconhece a necessidade de novos algoritmos comportamentais que se integrem melhor com as necessidades do planeta e que possam ajudar os humanos na transição para uma civilização mais madura e responsável.

Atingir esse objetivo exigirá um esforço coletivo de indivíduos, organizações e governos, bem como a disposição de adotar novas tecnologias e modos de vida. Também exigirá uma mudança de mentalidade, de uma que prioriza o ganho individual em detrimento dos outros, para uma que valoriza a cooperação, a colaboração e o benefício mútuo.

Em última análise, o sucesso da Prospenomics dependerá de nossa capacidade de criar uma consciência planetária, que reconheça a interconexão de todos os seres vivos e a importância de trabalharmos juntos para criar um mundo melhor. Ao adotar essa abordagem, podemos ajudar a criar um futuro no qual humanos e outros seres vivos possam prosperar juntos em harmonia e prosperidade.

6-A responsabilidade não é da ferramenta, mas sim de quem a utiliza.

Não tenho opiniões pessoais ou crenças sobre o futuro das coisas; Atrevo-me apenas ao papel de descrever uma possível teoria do futuro. No entanto, posso fornecer informações e insights com base no que se sabe atualmente sobre IA e seu potencial impacto na sociedade.

É verdade que a IA pode ser uma ferramenta poderosa com potencial para melhorar muitos aspectos da vida humana, como saúde, transporte e comunicação. A IA pode nos ajudar a tomar melhores decisões, automatizar tarefas repetitivas e criar novas soluções para problemas complexos.

No entanto, também é importante reconhecer que a IA, como qualquer tecnologia, não é inerentemente boa ou ruim. Seu impacto na sociedade dependerá de como é desenvolvido, implantado e regulamentado. Embora a IA possa ser uma ferramenta valiosa, ela também pode ser mal utilizada ou abusada se não for controlada adequadamente.

Elon Musk e outros expressaram preocupação com os riscos potenciais da IA, particularmente o risco de criar uma superinteligência artificial que poderia representar uma ameaça à humanidade. Embora esse cenário ainda seja especulativo, é importante considerar os riscos potenciais e trabalhar para mitigá-los por meio do desenvolvimento e regulamentação responsáveis da IA.

No geral, é importante abordar a IA com cautela, ao mesmo tempo em que reconhece seus benefícios potenciais. Devemos trabalhar para garantir que a IA seja desenvolvida e usada de forma a promover o bem-estar humano e servir ao bem comum.

Nesse contexto, o conceito de renda básica universal tem sido discutido como uma possível solução para os desafios impostos pela crescente automação do trabalho.

À medida que as máquinas se tornam cada vez mais capazes de realizar tarefas anteriormente realizadas por humanos, muitas pessoas podem ficar desempregadas, o que pode levar a perturbações sociais e econômicas. Uma renda básica universal, que é um pagamento periódico em dinheiro dado a todos os indivíduos em uma determinada sociedade, independentemente de sua condição de emprego, poderia ser uma forma de mitigar esses desafios.

Ao fornecer um nível básico de segurança econômica a todos os indivíduos, uma renda básica universal poderia permitir que as pessoas buscassem educação, treinamento e outras oportunidades sem a pressão imediata de precisar ganhar a vida. Também pode servir como uma rede de segurança para aqueles que não conseguem encontrar trabalho devido a fatores fora de seu controle, como mudanças na economia ou avanços tecnológicos.

No entanto, a implementação de uma renda básica universal exigiria consideração e planejamento cuidadosos, pois envolveria mudanças significativas nas estruturas sociais e econômicas existentes. Os defensores de uma renda básica universal argumentam que ela poderia promover maior equidade social e reduzir a pobreza, enquanto os oponentes argumentam que ela poderia desincentivar o trabalho e levar à instabilidade econômica.

No geral, a ideia de uma renda básica universal é uma das muitas soluções potenciais que podem ser exploradas como parte de um esforço mais amplo para criar uma sociedade mais harmoniosa e igualitária. A prospenomics, com foco na criação de novos algoritmos de conduta social, é adequada para explorar e desenvolver esses tipos de soluções.

Alcançar a harmonia e o equilíbrio com a intrincada cadeia da vida em nosso planeta é crucial para a sobrevivência e o bem-estar de todas as espécies, incluindo os humanos. Aprender com os exemplos de outras espécies, como abelhas, micélios e baleias, pode nos ajudar a desenvolver maneiras de regular a sociedade humana e reduzir nosso impacto negativo no planeta.

As abelhas estão no planeta há milhões de anos, com evidências fósseis sugerindo a existência de insetos semelhantes a abelhas que datam de cerca de 100 milhões de anos atrás.

A rede micelial, formada por fios subterrâneos chamados hifas, é um intrincado sistema que conecta e comunica diferentes plantas e organismos em um ecossistema florestal. Por meio dessa rede, o micélio é capaz de distribuir nutrientes, minerais e água para outras plantas e até alertá-las sobre possíveis ameaças, como pragas ou doenças. A rede micelial também desempenha um papel importante na decomposição da matéria orgânica, ajudando a reciclar os nutrientes de volta ao solo, o que é importante para a saúde geral e o equilíbrio do ecossistema.

 A rede micelial é considerada o maior e mais antigo organismo vivo do planeta, com algumas estimativas sugerindo que uma única rede pode cobrir centenas ou mesmo milhares de hectares.

A IA, juntamente com a prospenômica e a biomimética, são campos que podem ajudar os humanos a entender e emular melhor os sistemas naturais do planeta, como a rede micelial e a estrutura social das abelhas, a fim de criar uma relação mais harmoniosa com o meio ambiente. A prospenomics propõe repensar o trabalho e a remuneração à luz dos avanços tecnológicos e de uma sociedade potencial pós-escassez, enquanto a biomimética estuda sistemas e processos naturais para desenvolver tecnologias sustentáveis e eficientes. Ambos os campos poderiam contribuir para uma sociedade humana mais equilibrada e sustentável, mais em harmonia com os sistemas naturais do planeta.

7-Somos jovens e pequenos, mas podemos sobreviver

Carl Sagan certa vez disse : “O tamanho e a idade do Cosmos estão além da compreensão humana comum. Perdido em algum lugar entre a imensidão e a eternidade está nosso minúsculo lar planetário. Numa perspectiva cósmica, a maioria das preocupações humanas parece insignificante, até mesquinha. E, no entanto, nossa espécie é jovem, curiosa, corajosa e muito promissora. Nos últimos milênios, fizemos as descobertas mais surpreendentes e inesperadas sobre o Cosmos e nosso lugar nele, explorações que são emocionantes de se considerar. Elas nos lembram que os humanos evoluíram para se maravilhar, que a compreensão é uma alegria, que o conhecimento é um pré-requisito para a sobrevivência. Acredito que nosso futuro depende de quão bem conhecemos este Cosmos no qual flutuamos como um grão de poeira no céu da manhã.”
― Carl Sagan, Cosmos

Esta citação é um lembrete preocupante de que, como espécie, ainda temos muito a aprender e muito progresso a fazer se quisermos garantir nossa sobrevivência e prosperidade a longo prazo neste planeta.

Nesse sentido, a Prospenomics é uma boa forma de promover o bem-estar humano e, ao mesmo tempo, trabalhar para proteger o meio ambiente e outras espécies vivas. Ao enfatizar a importância do comportamento responsável e do desenvolvimento sustentável, a Prospenomy oferece um roteiro para enfrentar os desafios do século XXI e além.

Prosperous City by Craiyon

Iniciativas como CAUIM TIAKAU de Pagano e The Body Shop de Roddik, com abordagem sustentável aos negócios, são ótimos exemplos de como as empresas podem incorporar princípios de biomimética e sustentabilidade em suas operações. Ao fazer isso, eles podem não apenas contribuir para um planeta mais saudável, mas também criar oportunidades econômicas em harmonia com a natureza e benéficas para as comunidades.

É verdade que os avanços em IA e outras tecnologias podem trazer incertezas e mudanças na economia e no nosso modo de vida. No entanto, com a abordagem certa, essas mudanças também podem trazer novas oportunidades e possibilidades para um futuro mais sustentável e harmonioso.

É importante ter uma mentalidade de abertura e adaptabilidade para abraçar essas mudanças e trabalhar em busca de soluções que beneficiem a humanidade e o planeta.

Como sociedades e indivíduos, devemos passar por um processo de crescimento e maturidade. Assim como as crianças precisam aprender e crescer para se tornarem adultos responsáveis, nós, como sociedade, também devemos amadurecer e aprender a assumir a responsabilidade por nossas ações e seu impacto no planeta. 

A IA certamente pode desempenhar um papel nesse processo, ajudando-nos a entender melhor sistemas complexos, tomar decisões mais informadas e encontrar soluções inovadoras para problemas. À medida que continuamos a explorar e entender nosso lugar no cosmos, a IA e outras tecnologias avançadas podem nos ajudar a avançar como civilização e alcançar novos patamares de compreensão e prosperidade.


Referências bibliográficas


Bookchin, Murray - Deep Ecology & Anarchism, 1993

Buckminster Fuller - Utopia or Oblivion: The Prospects for Humanity, 
1974

Harari, Yuval Nozah - Sapiens, 2018

Huntington, Samuel P. - The Clash of Civilizations and the Remaking of World Order, 1993

Joseph, Peter - The New Human Rights Movement: Reinventing the Economy to End Oppression, BenBella Books, 2017

Lovelock, James -  Gaia: a new look at life on Earth - OUP, 1979

Lorrah, Jean and Boris Vallego - The Vulcan Academy Murders (Star Trek), 1984

Mok, Aron - What Elon Musk, Bill Gates, and 12 other business leaders think about AI tools like ChatGPT 

Peters, Tom – Reimagine!, 2012

Roddenberry, Gene – Star Trek television series, 1966

Sagan, Carl - TV series, Cosmos: A Personal Voyage - 1980

Smithe, Carl - Buckminster Fuller to Children of Earth compiled and photographed - by him, 1972

Stamets, Paul - Mycelium Running 2005

terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Teoria Geral da Prospenomia 1

 


A chegada de uma economia prospenomica é inevitável e está relacionada com interações socioeconômicas humanas, mas, acima de tudo, está intimamente relacionada à forma como interagimos com o planeta: 1- como usamos os recursos naturais disponíveis, em primeiro lugar; 2- a forma como nos relacionamos com outras formas de vida, em segundo plano; e, finalmente, 3- a forma como interagimos culturalmente uns com os outros.


A forma como interagimos uns com os outros, tem, se não for bem direcionada, o potencial de minar as duas primeiras interações, um exemplo é o processo que levou à Crise dos Mísseis de Cuba em 1962 ou como usamos indiscriminadamente o CFC, causando danos ao escudo oferecido pela camada de ozônio, com potencial para esterilizar a vida no planeta. Nesses dois exemplos vemos que as interações sociais humanas podem pôr em perigo todas as formas de vida no planeta, humanas e não humanas.

Carl Sagan disse uma vez: “Temos sorte: estamos vivos; somos poderosos; o bem-estar de nossa civilização e nossa espécie está em nossas mãos. Se não falarmos pela Terra, quem o fará? Se não estivermos comprometidos com nossa própria sobrevivência, quem estará?”
Por isso vamos começar por falar dela.

A economia social prospenómica surge como resultado da concepção de uma civilização global, predita por Samuel Hutington, que mesmo sendo cada cultura diferente e única, cultuamos elementos de sua própria cultura de origem, respeita e interage positivamente com outras culturas, e entende como RIQUEZA COMO A DIVERSIDADE, entende que o planeta é um único organismo QUE SÓ PODE PROSPERAR EM UNIÃO e que ações beligerantes, de todos os tipos, são altamente prejudiciais ao todo.

As situações do dia a dia nos dizem que, do ponto de vista prático, ações inteligentes que promovem a prosperidade e a boa convivência ganham cada vez mais destaque nas relações globais, em todos os níveis: 1-desde a origem dos voos comerciais, percebeu a necessidade de uma linguagem única para os controladores de voo, com o objetivo de organizar rotas e reduzir acidentes; 2-regras comerciais globais são discutidas, hoje de forma elitizada em Davos, mas no futuro próximo de forma mais democrática, com perspectivas de serem mutuamente aceitas e, principalmente, as crescentes interações sociais via aplicativos disponíveis na Internet, hoje bastante polarizados, que exigem a necessidade de rotinas para mitigar os conflitos individuais, tornando-os instrumentos de valorização das diferenças, de crenças e valores, com propósitos evolutivos e não mero foro de ofensas aos que pensam diferente.

Más, como chegamos até aqui e como procedemos em diante?

Desde a 'Era Axial' (500-300 aC) que corresponde ao período em que a maioria das principais tradições religiosas e espirituais foram concebidas nas sociedades européias, o tema da aceitação e trabalho conjunto é debatido, mas infelizmente pouco aplicado na vida prática.

A Era do Iluminismo enriqueceu profundamente a compreensão religiosa e filosófica e continua a influenciar o pensamento atual. As obras coletadas aqui incluem obras-primas de David Hume, e Jean-Jacques Rousseau, bem como sermões religiosos e debates morais sobre questões do dia, como o comércio de escravos. 



Immanuel Kant escreve “[Um homem], que está em prosperidade, enquanto vê que os outros têm que lidar com grande miséria e que ele poderia ajudá-los, pensa:

Que preocupação é minha? Que cada um seja tão feliz quanto o Céu quiser, ou quanto puder fazer a si mesmo;

Não aceitarei nada dele nem mesmo o invejarei, apenas não desejo contribuir em nada para o seu bem-estar ou para a sua ajuda na aflição!

Agora, sem dúvida, se tal modo de pensar fosse uma lei universal, a raça humana poderia muito bem subsistir, e sem dúvida ainda melhor do que em um estado em que todos falam de simpatia e boa vontade, ou mesmo cuidam ocasionalmente de colocá-lo na prática, mas, por outro lado, também trapaceia quando pode, trai os direitos dos homens ou os viola de outra forma.

Mas, embora seja possível que uma lei universal da natureza possa existir de acordo com essa máxima, é impossível querer que tal princípio tenha a validade universal de uma lei da natureza. Pois uma vontade que resolvesse isso se contradiria, na medida em que muitos casos poderiam ocorrer em que alguém precisasse do amor e da simpatia de outros e nos quais, por tal lei da natureza, surgido de sua própria vontade, privaria a si mesmo de toda a esperança da ajuda que deseja”.

(Immanuel Kant - Königsberg, 22 de abril de 1724 — Königsberg, 12 de fevereiro de 1804)

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A Idade da Razão viu o conflito entre protestantismo e catolicismo ser transformado em um conflito entre fé e lógica - um debate que continua no século XXI.

Entre os cristãos protestantes a prosperidade, a bênção financeira e o bem-estar físico são reflexos da vontade de Deus para com os fieis. Diz ainda que a fé, o discurso positivo e as doações para causas religiosas aumentarão a saúde e a riqueza material da pessoa.O sucesso material e principalmente financeiro é visto como um sinal de favor divino.

Assim como a I Guerra Mundial deu grande impulso ao comunismo, exaltou o liberalismo e gerou a chamada terceira onda, a do fascismo, a II Guerra Mundial gerou a Guerra Fria, com a polarização de duas grandes potências mundiais e países não alinhados.

Na década de 1990, o cientista político, conselheiro e acadêmico americano Samuel Hutington explica em 'The Clash of Civilizations' como diferentes culturas se sobrepuseram à bipolaridade se a Guerra Fria e pelo menos 9 outras grandes civilizações surgiram:

- Ocidental - culturas da Europa e dos Estados Unidos;
- América Latina – intercalando iniciativas de esquerda para implantar o comunismo com forças militares de direita intervindo contra ele;
- Africano - praticamente todos os estudiosos concordam e reconhecem a África como uma cultura distinta, com exceção de Braudel que considera o a África Saariana como islâmica, o sul como imperialismo europeu e a Etiópia como uma cultura única
- Islâmica - Originária da Península Arábica no século VII dC, a cultura islâmica se espalhou pelo norte da África, península Ibérica e Sudeste Asiático.
- Civilização Sínica - Nascida há 1500 ou mesmo 2500 anos, Huttington considera esta civilização que corresponde a grande parte do território Chinês, como Confuciana, que serve como componente unificador (com controvérsias);
- Hindu - existe desde 1500 AC, mais do que uma religião ou sistema social, o Hinduísmo é o cerne da cultura indiana. Assim como a Sínica, são culturas que se expandem para além do estado de origem;
- Ortodoxa - é a civilização dos países cuja religião predominante é a doutrina do cristianismo surgida na Bizantina e dos governantes Tártaros, composta principalmente pela Rússia e Europa Oriental;
- Budista – Baseado nos ensinamentos de Buda o hinduísmo difere do budismo por dois elementos centrais - o primeiro porque o budismo rejeita pregações de líderes religiosos e ministros, tem a meditação como elemento chave, e o segundo porque rejeita o sistema indiano de castas;
e - Japonesas - que, embora muito próximas da Chinesa, teve seu destaque bastante reforçado nas décadas de 1970/80 e início dos anos 90 com grandes avanços tecnológicos e econômicos;

Tendemos a perceber que nossa civilização nos define mais pelo que não somos do que pelo que somos:

-Se dois sul-americanos conversam com um inglês, o diferente é o inglês, embora todos sejam terráqueos;
-Se dois brasileiros conversam com um argentino, o diferente é o argentino, embora todos sejam sul-americanos;
-Se dois Yanomamis conversam com um brasileiro da cidade, a diferença é o cara da cidade, embora todos sejam brasileiros.

Segundo Huntington, todas essas civilizações continuarão se percebendo como diferentes de acordo com suas origens, suas línguas se distanciarão umas das outras à medida que forem ganhando poder. No entanto, uma Civilização Universal surgirá quando uma forma de vida diferente se apresentar (por exemplo, um extraterrestre), então nos uniremos como uma civilização terrestre diferente da extraterrestre.

Isso também pode acontecer quando percebemos que outros seres que compartilham o planeta conosco também têm suas próprias civilizações, que embora não sejam tão elaboradas quanto a nossa, são de fundamental importância para o planeta, como redes miceliais subterrâneas, abelhas, baleias.

Prospenomics e Reajuste da Civilização Universal ao Planeta Terra

Todas essas diferenças em diferentes níveis socioculturais devem ser vistas como insignificantes diante de toda a dinâmica do planeta que ignoramos. O ser humano é único em seu gênero e espécie, assim como todas as demais espécies vivas deste planeta.

“Os fatos não deixam de existir porque são ignorados.” - Aldous Huxley



Só chegamos aqui porque houve um equilíbrio entre diferentes formas de vida que evoluíram juntas nos últimos 4,5 bilhões de anos de evolução.

Não é só porque nossa sociedade evoluiu mais intensamente do que as outras formas de vida na Terra que devemos ignorá-las ou menosprezá-las.

Devemos, como qualquer outra forma de vida neste planeta, agir de forma colaborativa, respeitando os extintos que nos trouxeram até aqui e aceitando aqueles que vemos como substitutos dos menos adaptados de agora.

O assunto parece ter dado um salto do tema sociocultural humano para a questão da evolução na Terra - isso é proposital, é melhor que esse susto seja dado em um texto do que em manifestações no planeta, com potencial de causar grandes danos à humanidade.




terça-feira, 15 de novembro de 2022

Artigo de Dias Futuros ADF

 


Luiz Pagano como ilustrador da mais importante revista brasileira de pesquisa científica, a Superinteressante, desenvolveu formas inusitadas de propor teorias, a AFD

Uma das grandes dificuldades em expressar teorias político-econômicas nos dias de hoje é ser compreendido sem causar impacto emocional, principalmente para quem discorda radicalmente do argumento ou defende argumentos contrários. Nesse sentido, especialmente neste blog, utilizo um recurso inusitado, o AFD (Artigo de Dias Futuros), no qual escrevo um artigo imaginário de revista, em tempos futuros, descrevendo a realidade antecipada, como se fosse cotidiana como visto aqui.


A ideia surgiu de uma experiência que tive como ilustrador da revista Superinteressante (a mais importante revista de divulgação científica dos anos 1980~2010).

Nessa revista havia uma seção chamada 'Superfantastico', para qual ilustrei, na qual a pergunta "e se" era respondida. Então, perguntas como "e se houvesse teletransporte?" ou "o que aconteceria se nossa cultura ocidental tivesse a civilização egípcia e não a civilização greco-romana como base?" foram respondidas por teóricos dessas áreas.

Em um futuro alternativo de um ponto no passado, o qual baseamos nossas culturas e modos de vida nos egípcios e não nos gregos, talvez tivéssemos a Times Square com hieróglifos em vez de algarismos romanos. Ilustração de Luiz Pagano

Naquela época, desenvolvi uma grande afinidade com a proposta de responder as mais diversas questões, em diversos assuntos de forma científica (e ilustrá-los)

domingo, 13 de novembro de 2022

Como conciliar desarmonias religiosas em um mundo prosapenômico

 

Um dos principais motivos da desunião no mundo de hoje e no passado, que provocou desentendimentos e guerras, causando o maior número de mortes em nossa história, é ironicamente, as diferenças causadas pelas crenças religiosas.


Em essência, a religião é uma doutrina que promove a paz e o amor, mas infelizmente as pessoas entendem isso da forma errada.

O artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) diz que "...todos temos o direito de ter nossas próprias crenças, de ter uma religião, não ter religião ou de mudá-la".

Por que deu errado então?

A resposta para uma pergunta tão complexa é simples - porque não existe uma entidade superior para nos dizer "todos vocês devem respeitar e amar a religião uns dos outros". Infelizmente não existe um ser tão superior - então por que não criar um conselho autorregulador para esse fim?

Com isso em mente, podemos usar um conselho OMNIreligioso com os líderes de todas as religiões do mundo, não importa quão pequeno ou grande o número de seguidores, tentando trazer paz e equilíbrio entre as religiões.

Mas, tenho certeza de que, se eu escrevesse e falasse o que penso hoje, talvez fosse incompreendido e criticado por aqueles que defendem suas convicções - a melhor maneira de passar adiante a teoria OMNIreligion é fazer um ADF (Artigo dos Dias Futuros) - desta forma, livre de preconceitos, fica mais fácil passar minhas ideias - aqui está uma história que poderia muito bem ter sido escrita em 27 de outubro de 2066.

"Inaugurada hoje, 27 de outubro de 2066, a sede do centro Pro-Good Omnireligion, (sigla para Polly Religious Organization - Good is the Only One Destiny) perto da cidade de San Luis, Argentina (localizado exatamente nas coordenadas 33°s 66 °w, de acordo com indicações numerológicas específicas).


Como o próprio nome diz a Pro-Good é um núcleo multi religioso que tem o compromisso de celebrar a harmonia entre as religiões mundiais. As religiões que hoje unem o mundo neste lindo complexo de edifícios, foram durante muito tempo o gatilho para guerras e desentendimento. Desde o assassinato de Hipátia, diretora do complexo da biblioteca de Alexandria por párocos religiosos, as mortes ocorridas entre cristãos e muçulmanos nas rotas de Jerusalém, desentendimentos entre judeus e palestinos no Oriente Médio, e mesmo o terrorismo de separatistas, que na falta de um estado, cometem crimes em nome de sua religião resolveram botar um fim na barbárie para viverem o resto de suas vidas em paz.

A Pro-Good foi primeiramente sugerida por um grupo de crianças omnireligiosas numa classe do pré-primário da The Montessori School of New York, no ano de 2036.

Durante uma palestra de educação religiosa um grupo de alunos escreveu num cartaz “Por que as religiões que deveriam levar o homem a sabedoria divina causou tantas mortes em guerras sangrentas durante a historia de nossa civilização?”. Sem resposta o palestrante começou a chorar quando um garoto do mesmo grupo de alunos sugeriu a criação de um órgão regulador mundial para que as religiões não mais cometessem atrocidades em nome de Deus.

Diferente dos adultos, crianças são livres de preconceito. Aquela geração de crianças de 2036 cresceu e concebeu o conjunto religioso do Pro-Good na que inauguramos hoje nos lindos campos da Argentina.
 

Liderados pelo papa João Paulo II, mais de 150 representantes de 12 grandes religiões mundiais realizaram uma jornada de nove horas de jejum e orações pela paz, na pacata cidade de Assis, Itália - 27 de outubro de 1986
A exatos oitenta anos atrás no dia 27 de outubro de 1986, o papa João Paulo II promoveu um encontro de oração, jejum e peregrinação com líderes religiosos de diversas regiões do mundo na cidade de S. Francisco de Assis, na Itália.

O Cardeal Roger Etchegaray, se emociona ao recordar o histórico dia:

«Diante da Basílica de S. Francisco – continua o então Presidente de Justiça e Paz, organizador do evento – onde, cheio de frio, cada qual procurava encostar-se ao vizinho (João Paulo II estava ao lado do Dalai Lama), quando alguns judeus saltaram por cima do palco para oferecer ramos de oliveira aos muçulmanos, também eu dei por mim a enxugar as minhas lágrimas».

A emoção que já era grande chegou a seu auge quando, no findar daquela cinzenta manhã, o arco-íris apareceu sobre a cidade de Assis, os chefes religiosos convocados entreviram um forte apelo à vida fraterna: ninguém mais podia duvidar que a oração tivesse provocado aquele sinal visível de harmonia entre Deus e os homens”.

Esta possível matéria de um jornal do futuro descreve o que fatalmente devera acontecer no mundo globalizado. É impossível não ser 'poli religioso' aqui no Brasil - se você vai a missa católica com a sua mãe, no terreiro de Umbanda com seu amigo, no bar mitzvah do sobrinho, assiste um evento budista e de quebra vai buscar o filho numa festa Mormon.

O ARTIGO 18.º da declaração Universal dos Direitos Humanos assegura “Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos”.

Como deverá ser o Pro-Good

Diferentemente do que acontece com templos de outras religiões, o complexo é administrado por um CEO ateu (a tolerância religiosa implica também na tolerância da ausência de crenças religiosas).
 

Líder falando sobre o Zoroastrismo
O líder ateu é uma escolha perfeita posto que é religiosamente neutro e tem o objetivo de gerir as contas da organização com máxima transparência, com base na economia de mercado.

As obras assistenciais conseguem um numero de doadores estonteantemente grande e tem ramificações em todo o mundo.

Outro grande passo rumo a lisura das atividades religiosas e a formação de psiquiatras aplicados, psicólogos aplicados, profissionais médicos de diversas outras áreas, e terapeutas energéticos isentos, que atuam em cada religião com o propósito de fornecer o tratamento adequado aos fieis que foram levados a religião por diversos níveis de desequilíbrios de saúde. As religiões devem ser cultuadas de forma sadia com o propósito de entender os caminhos espirituais e não devem de forma alguma explorar seus fieis.

As doações financeiras devem ser feitas por fieis que tenham sua sanidade mental/espiritual devidamente atestada por estes profissionais.
 

Encontro de Assis, no Vaticano Sexta-feira, 28 de outubro de 2011

No edifício central existe um enorme arquivo com Bancos de dados, livros e documentos de todas as religiões do mundo para livre consulta.

Quatro grandes altares estão sempre lotados com fieis que escutam e interagem com lideres religiosos que alternam a ágora (palco de cada altar).

Existe também os conciliadores que tem o único objetivo de evitar discussões acaloradas com base nos princípios básicos do Pro-Good de harmonia, tolerância e fraternidade.

Cada fiel é incentivado a tirar o melhor dos conhecimentos apresentados das diversas religiões por meio da ‘fé pela contestação’, e criar sua própria ‘persona religiosa’ com orações e reflexões individuais. Também são incentivados a respeitar a crença do próximo da forma que também tem suas crenças respeitadas.

A sede de São Luiz, administra as filiais espalhadas pelo mundo bem como os devidos escritórios de obras sociais.

A idéia não é o de miscigenar todas as religiões em um amontoado de crenças globais e exterminar a regionalidade e seus vínculos sócio-culturais. Pelo contrario, a Pro-good incentiva o resgate dos cultos em seus idiomas originais, com vista a propagação e a preservação da cultura dos povos.

Outra área bastante interessante é o da Arqueologia religiosa, ritos antigos como os cultuados no antigo Egito ou mesopotâmia foram meticulosamente estudados e cultuados em seu idioma original e da forma adequada.

Os benefícios do Pro-Good à humanidade são inúmeros e não duvido nada que uma instituição como estas passe a ser declarado como patrimônio humano pela UNESCO logo quando for criado.

Prospenomics Da Ficção à Realidade

A Ideia que Nunca Me Abandonou Tudo começou na faculdade. Era o momento de escrever minha monografia de conclusão de curso, e como todo estu...